Por Giselle Cupertino, novembro de 2023
A “sombra” não é apenas a ausência de luz, mas uma metáfora profunda para partes não reconhecidas de nossa personalidade. Imagine sua mente como um iceberg, onde a parte visível representa apenas uma fração do que verdadeiramente somos. A sombra, para Jung, abrange aquilo que preferimos não ver: nossos medos, desejos reprimidos e características que não aceitamos.
Na vida cotidiana, muitas vezes nos deparamos com situações que nos fazem sentir desconfortáveis, irritados ou ansiosos. Essas emoções podem ter raízes na sombra, aquelas partes não examinadas de nós mesmos. Ignorar ou reprimir esses aspectos pode levar a conflitos internos e padrões de comportamento prejudiciais.
A proposta de Jung é encarar a sombra de frente. Ao explorar e aceitar esses aspectos menos admiráveis de nossa personalidade, podemos alcançar uma integração mais saudável. Em vez de fugir, confrontamos nossos medos e, assim, diminuímos a ansiedade que pode surgir da negação dessas partes obscuras.
Em resumo, a sombra junguiana é como o porão da nossa mente, cheio de coisas que preferiríamos não encarar. No entanto, ao abrir essa porta, ganhamos a oportunidade de nos compreender melhor, aliviar a ansiedade e cultivar uma autenticidade que nos leva a uma vida mais plena. A sombra, longe de ser um lugar temido, pode ser a chave para um crescimento pessoal significativo.
Giselle Cupertino, Psicóloga (CRP: 06/115764). Certificada em Psicologia Positiva, Psicossomática, Transtorno Ansioso e Depressivo e Pós-Graduanda em Psicoterapia Junguiana. Dedica sua vida profissional no tratamento psicológico de adultos e adolescentes com queixas de ansiedade, depressão, traumas, transtornos de personalidade, compulsões, conflitos nos relacionamentos, processos de luto e baixa autoestima. Além disso, a proposta do seu trabalho é direcionado ao autoconhecimento para uma vida mais leve e realizada.